terça-feira, 31 de julho de 2012

Quando as compras deixam você literalmente imóvel...


Dois casais foram viajar de férias. A finalidade do passeio era descansar e o destino era um tour pelo litoral brasileiro. Sol, praia, muita risada e aventuras marcaram os dias desses amigos.
Na volta do passeio parece que a comichão das comprinhas atacou o carro. Mas ao invés de lembrancinhas de feira hippie, as mulheres resolveram trazer arandelas em formato de bolas para casa - pequenas, médias e grandes. Os maridos avisavam que não caberia no carro, mas elas empolgadas com o bom preço e imaginando a nova decoração das casas assumiram a responsabilidade de ajeitarem na volta. Felizes com as compras as mulheres deram um jeito de colocar tudo no carro. Realmente coube tudo... ao olhar de fora tinha arandela no pé, no colo e praticamente decorando o pescoço delas.
Passando por uma vendinha de panelas de ferro em promoção, um dos casais resolveu levar um jogo de três para casa. Desta vez, uma das mulheres sinalizou que não tinha mais espaço. Mas o homem parecia não se importar de colocar as panelas embaixo de seus pés. A esposa disse que podia encaixar também uma entre os seus lustres redondos.
A viagem prosseguiu sem mais compras, já que no carro não cabia mais nenhum um brinquinho. Quando chegaram em casa a mulher das panelas e arandelas só conseguia mexer a cabeça, ela não sentia mais nada pós as comprinhas de fim de viagem. Eles disseram que valeu a pena porque a casa está mais alegre, mas pergunta se comprariam tudo de novo em outra viagem. A resposta é um sonoro nãaaaaaaaaoooooooooo!

A história é baseada em fatos reais, mas não fui eu quem passou por isso. É mais um dos causos que escuto ou vejo por aí, por aqui, por ali...

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Brasileiro sempre acha um jeitinho para viver


Uma das coisas que eu mais gosto do nosso país é a criatividade do brasileiro para viver. As condições podem ter melhorado, mas a vontade de estar inserido no mercado consumidor faz com que as pessoas criem mais necessidades. Entre idas e vindas nos ônibus sempre escuto as histórias de várias pessoas para viver nesse mundo tão cheio de atrativos.
Um dia duas diaristas falavam sobre as contas para pagar, a dificuldade em criar os filhos. Uma delas bem simpática veio do nordeste para ajudar a irmã. Conheceu o “amor da sua vida”, pelo menos era o que achava. Tiveram três filhos e o romance dos sonhos terminou após 13 anos. Com os filhos para criar ela começou a trabalhar em fábrica, costurar para fora, passar roupa, fazer faxina. Assim os anos foram passando e os meninos crescendo. Com os olhos brilhando ela dizia “Deus me ajudou muito. Meus meninos nunca tiveram problemas com droga, bebida. Hoje já estão encaminhados, dois casados e um vai casar em breve. Tenho minha casa própria e dois netinhos lindos”. Ela contou ainda que além da faxina vende Avon e Natura, costura alguma coisa e vende pano de prato. “Você deve estar perguntando, ih essa deve vender até a mãe? Mas minha mãe está lá na terrinha e ela eu não vendo de jeito nenhum" – disse com um sorriso no rosto.
 A companheira que ouvia a história perguntou para moça “mas você ainda trabalha de diarista? Está com os filhos criados porque não desacelera?”. A nordestina com sotaque de paulista explicou que não consegue parar porque agora além das continhas, tem os netos. “Minha filha não sei ficar em casa. Parece que o dinheiro nunca é suficiente. É conta de gás, luz, prestação do carnê do meu sapato, da roupa. Assim a gente vai levando! É o jeitinho brasileiro de viver, né não?”

sábado, 12 de maio de 2012

Mãe é tudo isso e mais um pouco...


Desde criança sonho em ser mãe. Tinha vários planos na minha cabeça de como seriam meus filhos. Mesmo em minhas fantasias nunca tive o nome decidido, também não tinha preferência em ser menino ou menina. Os sonhos tinham forma, cor, cheiro e som. A casinha da Mônica da minha irmã que o diga. Lá minhas “filhas” moravam. Elas também dormiam na cabana feita com lençol ou cobertor na mesa da sala. Cuidava das minhas bonecas como se fossem bebês de verdade, sempre gostei de preparar a comida, cuidar da roupa, trocar as roupinhas.
Cresci e esse sonho continuava a me seguir. Fiz magistério, depois fui monitora de acampamento. Crianças sempre fizeram parte da minha vida. Ouvir suas histórias e participar do mundo de imaginação me fascinam. A inocência delas, suas fantasias e brincadeiras me encantam. As crianças têm luz própria e iluminam o ambiente onde estão. No acampamento eu gostava de resgatar as brincadeiras da minha infância, cantar músicas de roda, inventar “o dia do escovão”, “o dia do cabelo” – assim verificava se as meninas estavam fazendo a higiene pessoal direitinho – e por aí ia. Na piscina fazia penteados a lá “garota do fantástico”. As meninas nem imaginavam o que era isso e adoravam a brincadeira, assim como nós quando éramos crianças.
Enquanto jornalista as pautas com criança sempre me empolgam. Adoro ouvir seus depoimentos, as suas histórias e as percepções que elas têm sobre o que quer que seja.
Aos poucos o sonho de ser mãe parecia tomar mais forma e cor. Depois que casei esse desejo ficou mais perto da realidade. Até que em junho de 2011 esse sonho começou a se realizar. Logo que soube da bênção que receberia comecei a imaginar todas as brincadeiras que fiz na minha vida e agora queria fazer com ela. Cuidar das roupas, trocar as fraldas, contar histórias, cantar a dona Baratinha, o sapo não lava o pé e tantas outras canções que guardo no livro que comprei ainda no magistério “Quem canta, seus males espanta”.
 No dia 10 de fevereiro deste ano, o sonho realmente tornou-se realidade. Nasceu a Sofia Maria. Com nome de rainha, rostinho de princesa, doce como mel, Deus me deu o maior presente que poderia receber na vida. Ela tão pequena, tão delicada, tão linda, com tanta cólica chegou para mudar minha vida. Chegou para dar aquela luz que só um filho pode dar, uma alegria que nunca imaginei sentir.  Foi aí que entendi o sentido do “ser mãe”. Hoje posso dizer que ser mãe é...esquecer de si mesma e amar sem dimensão, tentar ver o mundo pelos olhos do filho, pedir para que o filho não sofra e toda aquela dor venha pra você, ficar dias sem dormir e não perder o humor, ter energia para cuidar do bebê mesmo sem comer, esperar alguém chegar para poder tomar um banho rápido, sofrer junto, rir do sorriso mais gostoso já visto, repetir a mesma brincadeira só para ver o sorriso do filho, acordar de madrugada diversas vezes pra ter certeza que o bebê está respirando, segurar o filho num braço e com o outro arrumar a casa, fazer mamadeira... enfim ser mãe é tudo isso e mais um monte de sentimentos maravilhosos juntos. É uma emoção sem fim. E ser mãe da Sofia então? É ser uma pessoa mais completa e ver Deus iluminando minha vida todos os dias...

sábado, 21 de abril de 2012

Um pouco de Brasil


Hoje lembrei uma das minhas aventuras pelo Brasil afora. Fui visitar um casal muito querido em Santarém. Ela dava aulas em comunidades distantes. Decidi acompanhá-la para conhecer um Brasil bem diferente da realidade de quem vive na região sudeste. Lá fomos nós com nossas redes. Uma experiência maravilhosa para quem gosta de conhecer novas culturas. No barco você escolhe onde quer colocar a rede e ali vira o seu local de viagem. Nós tínhamos só uma mochila, mas tinha gente que levava galinha, mudança, uma merenda pra mais de mês.  Chegamos de madrugada no vilarejo. Estava tudo escuro e a moça quem eu acompanhava tinha combinado de alguém da escola ir buscá-la, mas não tinha ninguém nos esperando. Ela perguntou para uma mulher que aguardava alguém que viria em outro barco onde pegávamos um táxi para ir ao hotel da cidade. Parecia que ela estava falando algo absurdo, na verdade estava mesmo – “moça acho que você não entendeu, aqui não tem carro, e hotel é do outro lado da vila. Já que você é professora fica na pousada ali na frente”. Lá fomos nós para a pousada, quando chegamos rimos para não chorar. Ainda bem que meu espírito aventureiro sempre me deixa de bom humor. Era uma casa que não tinha nada, na verdade tinham os ganchos para colocar as redes, banheiro e cozinha comunitária. Luz elétrica nem pensar. Ainda bem que a lua ajudava a enxergar tudo.
Sol raiando e as professoras falando pelos cotovelos nos mostraram que o dia começara. Lá fomos nós procurar o hotel. A essa altura já imaginava como seria o hotel. Chegamos e tinha um quarto vago, mas só com uma cama. Claro que tinha gancho na parede e eu que tenho o espírito de aventura me propus a dormir na rede. Mesmo porque sempre gostei de rede, acho que meu sangue indígena fala mais alto.
Instaladas fomos conhecer a vila já que as aulas da moça só seriam dadas de tarde. Descobrimos que não era só carro um sonho distante, mas também coleta de lixo, de esgoto e emprego. A maioria das pessoas trabalhava na prefeitura e como esta não pagava há mais de 4 meses, o povo sobrevivia com os peixes pescados no rio, água de coco e farinha. Descobrimos um restaurante bem simples que servia todas as refeições, uma das melhores comidas que já encontrei. Simplicidade com um tempero sem igual era a receita do sucesso.
Voltando ao nosso hotel - que na verdade era uma casa adaptada - me chamou a atenção um dos hóspedes. O moço vinha da cidade grande e trazia na bagagem óculos e mercadorias para aqueles moradores. Parecia uma espécie de muambeiro. Não tinha nem como sentir pena daquelas pessoas porque a alegria delas em viver mostrava que inventamos muitos acessórios em nosso dia a dia, a simplicidade da vida não precisa ser comprada está ali no rio e no coqueiro. Agradeço todos os dias por conhecer um pouco deste Brasil tão distante do meu, espero que hoje em dia aquelas pessoas tenham saneamento básico e mais qualidade de vida dentro da simplicidade deles.

domingo, 15 de abril de 2012

Andanças por aí

Gostaria muito de escrever alguma história, mas com a nova missão que recebi este ano o jeito é postar imagens das minhas andanças por aí... Acho que no próximo mês voltarei a escrever os causos que ouço por aqui, por ali e por lá...


domingo, 25 de março de 2012

Novo caminho

Um novo caminho a seguir. Foi assim que 2012 começou. Ainda não vou conseguir postar nenhuma história, nenhum grande texto. Mas logo que for possível vou tirar a poeira das estantes e trazer mais causos da vida.


quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Papai Noel para sempre...


Imagino que ao ler isso vem uma sensação esquisita, afinal o Natal já foi embora e o Carnaval está aí... Eu sei disso e podem ficar tranquilos o calor ainda não fritou os meus miolos...
Essa é uma história minha que nesse momento quero compartilhar. Uma percepção infantil que me acompanhou durante minha vida e com certeza ficará para sempre na minha história. Afinal não é para qualquer um crescer ao lado de um Papai Noel lindo, barbudo como nos filmes e com olhos verdes tão expressivos que falavam por si só. É assim que gosto de lembrar do meu avô, como o meu bom velhinho. Embora ele não fosse tão bonzinho assim, porque sempre tinha algo a dizer e era algo que nem se eu ficasse pensando por dias nunca viria a minha mente, ainda mais na velocidade que ele falava. Ele sempre tinha o que falar, porque seu senso de humor foi um de seus dons e nos acostumamos a isso e no fundo queríamos ouvir o seu palpite e até provocávamos situações só para ver o que vinha.
Quando criança eu e minha irmã mais velha íamos passar as férias de dezembro no apartamento de meus avós. Achava muito engraçado ver meu avô fazendo a nossa comida. Sim ele quem preparava tudo e fazia as nossas vontades, sabia o que cada neto gostava e tentava sempre agradar a todos. O que normalmente as avós fazem nós tínhamos o nosso vô (minha avó tem outros dons, mas realmente cozinhar e nos paparicar com comida ele sabia fazer isso como ninguém). Lembro uma vez que meu avô precisou ir para rádio mais cedo e quem fez o almoço foi minha avó, olhei espantada para ela “mas você sabe cozinhar?” Ela riu e disse que sim – o meu espanto foi grande porque meu avô dizia pra gente que ela não sabia fazer nada na cozinha. Adorava ir ao estúdio de rádio vê-lo trabalhar, lógico que nossos ataques de riso eram sempre na hora que estava com a luz vermelha para não falarmos. Outro programa preferido por nós duas era passear nos shoppings para ver a decoração de Natal, ir até a Paulista de noite, ver São Paulo enfeitada e eu sempre pensava “vamos ver o Natal com o Papai Noel dirigindo o carro”.
Um dia que eu me senti muito importante foi quando meu avô mesmo não gostando muito de circo me levou em um e depois do espetáculo saímos para jantar numa cantina italiana. Em casa não tínhamos o costume de jantar em restaurante, imagina então comer depois de uma apresentação circense. E as brincadeiras na piscina que ele inventava, deixava a gente fazer arte na banheira. O que ele não perdoava era falarmos errado, isso ele corrigia na hora e era motivo de piada pronta para as férias todas. A minha irmã mais nova que o diga com a Boroleta na palavra cruzada.
O seu sorriso sempre foi contagiante e por isso tornava cada momento uma festa constante. Era olhar para ele e ter vontade de abraçá-lo sem parar. Mesmo quando ele dizia que eu tinha quebrado a televisão e eu jurava chorando que não tinha sido eu. Ele sabia que não tinha sido, mas gostava de fazer a piada. Tanto que mesmo depois de adulta ele contou ao meu marido “sabia que um dia ela me bateu porque quebrou a televisão”. Ai meu vozinho lindo como é difícil saber que não irei mais receber suas mensagens no celular, que não ouvirei as piadas que você decorava para nos contar, nem que ao chegar em São Paulo teremos mais aquele vozerão que encantava a todos e cantarolava músicas dos mais diversos cantores. Ainda bem que curtimos muitos momentos especiais, que registramos muita coisa com fotos e principalmente na memória. Espero você no Natal, porque como nos ensinou a olhar as estrelas tenho certeza que o reconhecerei e mostrarei para nossa tão esperada princesinha que o bisa está lá de cima vendo tudo, rindo de tudo como sempre, daquele jeito que só você sabe fazer...