domingo, 16 de janeiro de 2011

Melhor do que novela


Ao sentar no ônibus - o que já significa uma viagem tranquila, pois não vou em pé - começo a planejar o meu dia. O trajeto que dura de 30 a 40 minutos dependendo do trânsito me possibilita esses pensamentos. Mas quando percebo fui interrompida mais uma vez por alguém contando alguma história ao passageiro do lado. Observando a conversa percebo se os dois já se conhecem ou se estão ali começando a amizade que durará a viagem de cada um.
Hoje em especial percebo que os dois já se conheciam. Os dois trabalham juntos e estão ali falando de casa, do trabalho. Até que o celular de um deles toca. Desculpa, mas não tive como não escutar quando ele falou que então desceria antes do trabalho para os dois se encontrarem. A minha curiosidade é despertada, isso significa que minha audição também, ou seja, continuo escutando o papo dele e seu colega após o término da ligação. Ele na maior naturalidade comenta com o colega que quem ligara foi fulana de tal e que o caso deles não estava nada bem. Eu já começo a olhar melhor aos passageiros que estão na minha diagonal, e sim, o dono do caso tem aliança. Logo, a fulana era a amante. Minha teoria é confirmada no diálogo seguinte. “Sabe quando a gente começou era gostoso, essa história do proibido. Mas agora ela quer me ver todo dia, me controla mais do que minha mulher. Desse jeito não dá e o pior ainda fica me pressionando para entrar mais tarde no trabalho que ela quer me ver antes. Acho que vou terminar hoje, o problema é se ela resolve fazer escândalo”. O colega só diz um sonoro é...
Nisso ele se arruma e aperta a campainha para descer no ponto combinado. Não é que tem mesmo um carro lá e uma mulher esperando-o.  Fico boquiaberta e torço para amanhã encontrá-los e saber se ele teve ou não coragem de terminar. Ao mesmo tempo penso como pode sair de casa para o trabalho e antes das 8h já encontrar sua amante, e a mulher dele então que no final do dia estará esperando-o ingenuamente com o jantar.  E depois me dizem que novela distrai, vai dizer se andar de ônibus não é um enredo de verdade.

9 comentários:

  1. Opa...
    irei seguir essa estante...
    pelo visto várias histórias vão rolar por aqui!

    Beijão Rê, sucesso!

    ResponderExcluir
  2. Obrigada Maria Cecília. Beijão para você também!

    ResponderExcluir
  3. Rê!

    Adorei a ideia do blog. Siga em frente, pois já gostei bastante da primeira história. E sabe, você tem razão,vários enredos se mostram por esses nossos caminhos da vida.

    Beijos,
    Sá.

    ResponderExcluir
  4. Sá, fico feliz que tenha gostado da primeira história. Bjs

    ResponderExcluir
  5. Essa mulher está quase um Manoel Carlos de saias contando suas páginas das vida...rs
    Boa iniciativa, Renata. Material é que não vai faltar pra abastecer cada vez mais sua estante. Bjos.

    ResponderExcluir
  6. Jose, obrigada pelo apoio tão especial. Bjs

    ResponderExcluir
  7. Meu orgulho....minha irmã!!!

    ADOREI isso aqui, vou acompanhar diariamente, e tem cada historia viu...que não é só nas novelas de Manoel Carlos rs é a vida real rs

    amo demais e siga em frente, vc é meu orgulho

    ResponderExcluir
  8. Ai caramba....saí como o nome do Du....rs mas sou irmã Bia rs

    ResponderExcluir
  9. Irmã, obrigada por tudo sempre! Adorei que tenha entrado e comentado. Você também é meu orgulho. Bjs

    ResponderExcluir