Estar na fila significa quase sempre ouvir ou participar de histórias. É muito difícil passar imune enquanto espera para pagar conta ou ser atendido.
Uma vez voltando de São Paulo parei no posto para comprar água e enquanto esperava para pagar a conta fiquei observando o comportamento das pessoas. Dessa vez eu simplesmente ouvi a história, não participei totalmente.
Na minha frente na fila tinha um casal estava com a sogra, mãe da moça, e um rapaz, além da família toda que já pagava a conta. Como disse no caixa estava uma família, e isso significa confusão entre pais, filhos, irmãos. Cada um querendo levar algo a mais do que o combinado.
Enquanto isso a sogra começou a puxar conversa com o rapaz. Era véspera de feriado em São Paulo. Por isso o posto tão cheio. O rapaz parecia querer mesmo conversar, e não se conformava como no interior o feriado não tinha sido incorporado. A moça prestava atenção, falava alguma coisa, mas o marido dela, parecia se afastar com uma cara de “sou anti-social” ou “não fale comigo, obrigado”. Enquanto isso a sogra e o rapaz animados na conversa nem perceberam que a família já tinha saído do caixa.
Eu como estava entretida com minhas observações não reclamei que a fila não andou, mas se tratando de centenas de paulistanos querendo viajar imaginem o coro “andou” que foi feito porque a família saiu e o rapaz não se apressou em ser atendido.
O que me deixou satisfeita nessa história toda foi que minha teoria do marido anti-social era verdadeira. Assim que o rapaz saiu do caixa, a moça olhou para o marido e disse “você odeia conversar em fila, né? Já minha mãe...”. O marido monossilábico disse “perceptível?”
Eu olhei para eles com um sorriso pensando ainda bem que não fui quem puxou a conversa, só observei. E já corri para pagar a minha conta, afinal não queria um coro daqueles na minha vez.
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