Se eu pudesse compraria milhares de
cópias do documentário Tarja Branca – a revolução que faltava, dirigido por Cacau Rhoden, e
presentearia todos os meus amigos, conhecidos e desconhecidos. Minha vontade é
distribuir para quem eu encontrasse na rua.
O brincar é o tema central, mas
engana-se quem encara a brincadeira como coisa de criança. A brincadeira é
libertadora e essencial para uma sociedade que está cada vez mais doente. Vamos
resgatar o taco, a bolinha de gude, as quadrinhas, o elástico, a corda, o
bambolê, a pipa. Que tal formar uma roda e cantar as cantigas juntos com os
filhos, com os amigos?
O filme foi muito bem editado com
depoimentos que fazem o espectador perder o fôlego. E depois que acaba a
sensação pode variar entre a reflexão de vida e um otimismo que é possível
construirmos uma sociedade melhor se resgatarmos a criança que mora dentro de
cada um. Eu queria escrever e debater cada tópico, cada frase, mas acho que
talvez pudesse sugestionar quem for assistir.
Talvez o documentário me marcou
tanto porque estou em uma fase de mudanças internas e externas. Talvez porque
esteja diretamente envolvida com crianças na vida pessoal e profissional.
Talvez porque sempre fui otimista e acreditei que podemos mudar e recalcular a
rota em qualquer época da vida. Talvez porque nunca perdi de vista a criança
que mora aqui dentro embora algumas vezes deixei-a adormecer, mas a curiosidade
e o novo sempre me moveram. Talvez porque a minha alegria de viver sempre
superou cada cicatriz que ganhei ao longo da vida. Talvez porque eu ame o
Brasil e ver um documentário brasileiro só reforçou a minha teoria que o nosso
povo é alegre, criativo e busca ser feliz...
Aprendo diariamente que um dominó
pode virar uma ótima comida, uma carta de baralho pode virar um pão, uma
bolinha de papel de revista amarrada numa lã vira o Aquário, um cachorrinho que
pode ir para qualquer lugar. Gratidão por viver cada vez num mundo de fantasia,
sem perder a minha visão crítica de mundo, mas ao mesmo tempo sem me contagiar
por uma mídia cada vez mais mal-humorada.
Deixe um pouco os preconceitos de
lado e permita-se uma dose de brincadeira para que a vida se torne mais leve
mesmo com os desafios diários a enfrentar. Segue o link para o trailer oficial.
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