quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Novembro foi embora...


Ao olhar no espelho, ela se analisava. Percebia que o tempo estava passando. Não, ela não se sentia velha. Engraçado até se sentia jovem para idade, talvez porque as pessoas duvidem um pouco dos seus 31 anos.
Bonita? Esse quesito não vinha ao caso embora a vaidade dela era algo que dependia de seu estado de espírito. Mais do que beleza ela realmente dava valor a sua maturidade, a sua história de vida, as suas viagens e a descoberta de novas culturas. Para ela o conhecimento, o aprendizado, sempre importaram mais do que tudo na vida. Sim, ela é autêntica, temperamento forte, tem o sangue italiano correndo nas veias. Seu olhar diz muito, sincera demais, amiga, companheira. Fala bastante, gosta de fazer novos amigos, mas valoriza demais os antigos. Tenta descobrir as virtudes dos outros sempre, o lado positivo da vida é o que realmente importa. Desde criança era assim, pelo menos é o que a mãe e o pai dizem. Sabe argumentar e quando quer levar uma discussão até o fim é preciso que o outro tenha paciência. O tempo ajudou, hoje ela é mais paciente, não precisa ganhar, sabe escutar e ponderar. A vida sempre ensina, é o que ela diz quando vê alguém como ela já foi um dia.
Feliz? Com certeza. Tem muito orgulho de suas conquistas. Afinal durante esses 31 anos foram muitas alegrias, viagens e realizações. Ela brinca que viajar é sua essência, precisa conhecer novos lugares, descobrir novas culturas. Já fez trilha, acampou, subiu na Torre Eiffel, andou de barco em sua rede pela Floresta Amazônica, mergulhou com tartaruga em águas cristalinas, passeou pelos canais de Amsterdã, passou frio em Londres, morreu de calor em Barcelona, andou de bugue com emoção pelas dunas em Natal, comeu no Mercado San Miguel em Madrid, perdeu o trem e foi parar na Bélgica, colocou os pés onde um dia foi o Muro de Berlim, viu cavalo marinho em Porto de Galinhas, esteve no castelo de Edimburgo, comeu acarajé na Bahia, viu tubarão, presenciou o encontro das águas do Rio Amazonas e Tapajós, esteve em Alter do Chão, subiu até a Chapada dos Guimarães... Se for colocar aqui todas suas viagens acho que não teria mais espaço para o próximo tópico.
Superação? 2011 com certeza foi um ano de superação. A dor fez com que ela tivesse a certeza que o tempo de Deus não é o nosso. Por isso ela exercitou mais do que nunca a paciência. Cresceu, ficou mais forte, mais preparada para vida e com certeza tudo ficou pequeno com a realização de um grande sonho – o de ser mãe.  O bebê? Ainda está em sua barriga, mas ela curte tudo cada minuto. Afinal é uma gravidez muito esperada e abençoada.
A história talvez não tenha aquela riqueza de detalhes que as outras costumam ter porque não é de alguém que eu observei em algum lugar. É de uma pessoa com a qual eu convivo diariamente e com certeza conheço bem, afinal hoje a história é minha. É difícil falar de nós mesmos, compartilhar a nossa essência, divulgar os nossos medos.  Abrir uma nova página, fechar tantas outras faz parte do dia a dia, mas na hora de colocar no papel, ou melhor, na tela parece tão complicado, tão estranho.
Em novembro fiz 31 anos e são muitos os motivos para festejar. O ano de 2011 foi um ano que ficará marcado para sempre em minha vida. Termino novembro com centenas ou até milhares de motivos para comemorar esta fase. Durante este ano também tive momentos de perda que só me fizeram crescer, ser mais forte e saber que a vida é bonita demais para nos apegarmos a dor. O que vale é superá-la, colocar uma roupa bem colorida e um sorriso no rosto.
Resolvi escrever ainda em novembro porque comecei o mês falando que este era especial para mim e minha família. Não quero deixar o post de hoje com cara de despedida porque pretendo em dezembro escrever mais histórias que vejo por aí. Mas não tinha como acabar o mês e eu não falar um pouco da minha vida que agora começa uma nova fase – a de ser mãe aos 31 anos.

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