domingo, 30 de janeiro de 2011

Você acha que sabe falar portunhol?


Um dia escutei uma história muito engraçada e acho que vale a pena contar. Talvez eu não consiga dar tanta ênfase ou tanta vida, mas vou tentar. A missão não é fácil, conto com a imaginação de cada um dos leitores.
Um grupo de amigos estava no Caribe e quatro pessoas decidiram fazer um passeio em outra ilha, para chegarem ao cais precisavam de um táxi. No hotel sempre tinha algum na espera. Não era nenhuma missão impossível, pelo contrário fácil demais.
O grupo já estava há dias no local e por isso familiarizado com o dinheiro de lá, embora o dólar também fosse aceito em praticamente todos os estabelecimentos. Sem contar que brasileiro tem aquela convicção que se vira com o portunhol desde o primeiro dia em que chega ao país cujo idioma oficial é o espanhol.
Na chegada ao cais o taxista parou e só para confirmar o preço um deles perguntou quanto tinha ficado. Foi quando veio a surpresa, o taxista era fanho. Simplesmente era impossível entender ele falando qual era o valor. Uns entendiam 80 dólares e sabiam que isso era pouco provável, porque a corrida custava em média 12 dólares ou de 70 a 90 pesos. Depois de muitos gestos e tentativas de pagar, uma das pessoas entendeu que ele não aceitava dólar. Foi quando se deram conta que o problema não estava sendo o idioma e sim a dificuldade do homem em falar “ointhentan pensons”. Após pagarem o taxista, eles não se continham só de lembrar da situação - quatro brasileiros tentando entender um taxista fanho em espanhol. Os quatro chegaram a conclusão óbvia de que em algumas situações o portunhol não serve de nada, nesse caso o idioma foi além das fronteiras...

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Nova geração


Outro dia estava na fila do restaurante escolhendo o que comer enquanto ouvia uma menina de uns 5 ou 6 anos conversar com o pai, o tio e o irmão. Aquela alegria em contar as coisas para família me chamou atenção.
Eu particularmente adoro crianças, aquela vozinha fina cheia de vida sempre me encanta. Gosto de ver como as crianças descobrem as coisas, a reação que tem com o novo. Mas voltando a menininha do restaurante, enquanto ela falava que depois do almoço iria brincar disso ou daquilo, perguntava para o tio quando ele tinha voltado de viagem, cutucava o irmão, puxava o pai, eu continuava pegando a minha comida um pouco a frente deles na fila. De repente ela parou a conversa animada e exclamou de um jeito que só criança sabe fazer “tomate, batata, palmito, tudo o que eu mais gosto!”. Sim ela estava super empolgada em comer a salada, mais do que a batata-frita que também estava no buffet. Nessa hora não me contive e olhei para a garotinha que ainda continuava “vou amassar a batata e fazer um purê!”.
Nós nos entreolhamos e rimos juntas. Foram apenas alguns segundos, mas o suficiente para eu ter adorado estar ali ouvindo a alegria dela em ver os tomates, as batatas e os palmitos. Percebi que a nova geração já vem mais saudável. Espero que existam muitas dessas menininhas espalhadas por esse mundo afora.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Tem dias...

Tem dias que o melhor a se fazer é parar e observar. Isso fica melhor quando feito na praia. E para ser mais perfeito ainda que seja numa praia linda, num fim de tarde. Hoje é um dia que simplesmente queria estar nesse lugar. Queria que meu reflexo estivesse na água e que essa água molhasse os meus pés e trouxesse um pouco de energia e conforto num dia tão quente.
A praia em questão é Taipu de Fora, um lugar maravilhoso para descansar, relaxar e, para quem gosta, mergulhar.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O significado de mergulhar


Fugindo um pouco dos causos dos outros vou contar um meu. Na verdade não é bem um causo, é o significado de mergulhar, o início dessa paixão. A primeira experiência foi um Discovery  - mergulho com cilindro e com um instrutor o tempo todo conduzindo quem mergulha pela primeira vez - em Fernando de Noronha. Nada mais empolgante do que estar com tartarugas, ver moréia e um tubarão. O azul e a vida marinha eram encantadores. Tudo muito excitante para quem sempre engolia água quando fazia snorkel, conhecido como aquele canudo que usa na máscara.
Passados exatos 17 meses dessa descoberta de um mundo nada convencional é que consegui fazer o curso de mergulho e virar Open Water Dive. A cada mergulho que fazia despertava novos sentimentos, uma curiosidade maior em descobrir um mundo que sempre foi algo muito distante da minha realidade. Mas o significado do que é mergulhar veio na minha última viagem: Cozumel. Lá entendi melhor os meus limites e o que busco em cada queda na água. Lá percebi que a descoberta do ser humano vai além de bater recordes. Não precisei mergulhar muito fundo para perceber que a vida marinha pode ser vista de diferentes formas. Com a correnteza, os peixes passavam ao nosso lado como se estivéssemos num trem, por isso o mais importante para mim era curtir cada momento. A experiência em Cozumel só me confirmou algo que já estava enrustido - para eu ser feliz em meus mergulhos não preciso ser Advanced, gosto mesmo é de mergulhar até os 18 metros.
Depois de tudo isso, para mim o significado de mergulhar é poder estar no meio do oceano descobrindo coisas incríveis e no dia seguinte sentir um frio na barriga com aquela vontade de quero mais. Uma terapia sem igual. Uma aventura maravilhosa. Um programa para conhecer pessoas diferentes e que embaixo d´água ficam praticamente todas iguais, a não ser pelas cores das nadadeiras ou pelo jeito de nadar.  Um jeito especial de ver a vida.
Quanto ao snorkel, hoje não só parei de engolir água como adoro praticar. Já tive a oportunidade de fazer em Taipú de Fora (Bahia) e recentemente em Cozumel. Dois lugares que valem a pena para mergulhadores e não mergulhadores. Fica aqui uma dica de passeios para serem feitos em qualquer época da vida.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Depende do ponto de vista


Quando criança ficava vendo os documentários com mergulhadores e aquilo me despertava muita curiosidade, uma mistura de medo e vontade de estar ali na expedição. Mas eu nunca imaginava que um dia esse encantamento pudesse virar uma paixão, um estilo de vida, uma nova maneira de ver a vida.
Em um dos mergulhos que eu fiz tirei essa foto. Para mim essa é uma imagem que diz como devemos ver a vida. Não podemos olhar as coisas só por um ângulo ou só de uma forma, porque afinal cada um tem o seu ponto de vista.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Vai que ela desconfie...


Andar de ônibus tem sempre uma boa história para contar. Não preciso nem buscar os causos, parece que eles simplesmente me encontram e quando menos espero já estou participando deles. Muitas vezes de observadora e outras de coadjuvante.
Nesse dia em especial saí tarde do trabalho e estava com fome. Sabia que a viagem ainda seria longa porque pelo horário precisaria esperar na rodoviária um tempo até o meu ônibus vir. Foi quando decidi parar e comprar um salgadinho light, se é que podemos classificá-lo dessa forma. Para acompanhar meu pacotinho de salgadinhos assados light comprei um suco de soja e fui para plataforma esperar o meu ônibus.
Na fila normalmente fico de olho para saber quem serão meus companheiros de viagem. Fico observando para saber se compensa sentar sozinha e arriscar alguém escolher o banco ao lado do meu, ou se eu sento com alguém que já vi na fila. No final do dia normalmente quero ir quietinha e por isso vejo se a pessoa com que vou sentar irá puxar conversa ou não. E em meio a esses meus pensamentos percebo que alguém me olhava. Esse alguém era um menino de colo. Ele estava atento a mim, enquanto sua mãe conversava com outra pessoa. Mesmo no colo da mãe, e ela se mexendo o menino não tirava os olhos de mim. Demorou alguns minutos para eu perceber que não era exatamente de mim que ele não tirava os olhos, era de meu salgadinho light. Talvez o formato chamasse a atenção do pequeno menino, ou a embalagem, ou até mesmo o prazer que eu sentia em comê-los depois de um longo dia de trabalho. De qualquer forma ele também poderia estar com fome como eu. Foi quando me aproximei da mãe dele e perguntei se ele não queria um pouco. Ela disse que não, ele tinha mamado fazia pouco tempo e tinha comida na bolsa.
Voltei para o meu lugar e quando a fila começou finalmente a andar, a mulher, com a criança no colo, aproximou-se de mim e disse “moça vou aceitar um salgadinho pra ele, tenho dinheiro pra comprar um igual, mas estou com medo dele desconfiá”.
Entreguei o que tinha no meu pacote semi devorado e subi no ônibus. Ao sentar fiquei lembrando da mulher falando que a criança podia desconfiá, isso me trouxe memórias de infância e por isso não me assustei com o termo usado por ela. Quando íamos para roça, muitas vezes ouvia as mães dizendo que se a criança não comesse aquilo que estava vendo podia desconfiá e ficar doente. Não sei bem da onde vem o termo, mas o melhor mesmo é não deixar a criança perceber que aquilo não era bem o que ela gostaria. Vai que ela desconfie, né não?

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Era uma vez...


Era uma vez um grupo de pessoas fazendo um city tour por uma capital brasileira. Até que alguém teve a ideia de ir ao antigo cais daquela cidade. Já era final de tarde e apesar do cansaço e calor, todos gostaram de conhecer mais um lugar naquele dia. Até porque o city tour era com pessoas mais que especiais. Eram guias locais e um deles mirim que sempre tinha um comentário para fazer. “Olha o pássaro, olha aquilo, olha isso”. Ele adorava bichos e sabia muito sobre os animais pantaneiros. Como eu estava nesse grupo, logo conclui como é bom estar no local certo, na hora certa. Essa parada rendeu essa bela imagem. Que o sol possa brilhar dessa maneira todos os dias em nossas vidas.