Apesar do dia chuvoso lembrei- me de uma
história de praia. Era fim de tarde e eu estava sentada na cadeira observando o
mar. Ainda tinham algumas pessoas na praia aproveitando o sol do fim do dia.
Uma menina com os seus 2 anos me chamou a atenção.
Além do fato da menina ser muito graciosa, ela brincava em sua piscina de
plástico tão feliz que não tinha como ser indiferente a presença dela ao meu
lado. Ela pegava o patinho e colocava para nadar junto com ela, a bonequinha, o
baldinho, a pá e todos os demais brinquedinhos que estavam ao seu redor. A
menina dava vida a cada brinquedo que colocava na piscina. Até que seu pai a
estimulou em molhar os pezinhos no mar.
Ela foi andando toda animada e sorridente de
mãos dadas com o pai. Mas quando foi chegando perto da água, parecia que seus
pezinhos andavam para trás. Ela parou, olhou para o pai e voltou correndo para
sua piscina e os seus brinquedos. Ela não chorou, não fez manha, simplesmente
abortou a ideia de molhar os pés no mar.
O pai fez mais uma tentativa e a menina foi
com ele de novo. Ao chegar perto da água a mesma situação, ela parou e andou
para trás. Dessa vez não voltou até a piscina, ficou só observando o pai molhar
os pés. Ela ficou paradinha com a mão na cintura, não estava assustada, nem
chorando, estava simplesmente observando o mar. O pai a chamava, mostrava que
não tinha problema, que o mar estava calmo, mas ela ao invés de ir na direção
do pai, dava uns passinhos para trás com a mão na cintura e o sorriso no rosto.
Eu fiquei imaginando o que será que a menina
pensava. Ela não parecia assustada, simplesmente não queria molhar os pés na
ondinha. E não adiantava o pai falar e
estimulá-la a ir com ele. Ela olhava o mar, a ondinha, com uma carinha
engraçada, até que na minha imaginação eu cheguei a conclusão que aquela água
que vinha e voltava deveria ser um bicho-papão para ela não querer chegar nem
perto.
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